Há uns meses, o genial game designer Kenneth Hite escreveu um universo para o sistema de RPG de mesa Savage Worlds. Uma história alternativa cuja derivação da nossa está em 1945, em que a Alemanha Nazi, nos últimos estretores da derrota, faz um ritual apocalíptico em que chama para o universo a Serpente de Midgard. Na mitologia Nórdica, esta é tão grande que circunda o mundo e morde a própria cauda. Assim, na primavera de 1945 aparece uma serpente cuja cauda está na China e a cabeça na Grã-Bretanha. Os Americanos decidem pará-la largando-lhe o protótipo da bomba atómica na cabeça. Começa o jogo uns anos depois, com o mundo semi-destruído pelos anéis da serpente, um mundo em que o único continente que saiu incólume foi a Austrália e há o cadáver putrefacto de uma serpente gigante desde a China até à costa leste dos EUA, passando por África e com boa parte da Europa por baixo. Em muitos sítios a civilização reverteu, noutros manteve-se e até cresceu. Assim, o autor declara que o "setting" é uma mistura de pós-apocalíptico com Conan o Bárbaro com Pulp pós-guerra.
É um "setting" muito "off", mesmo para o nível de bizarria a que a cena internacional do RPG de mesa já está habituada. Daí ter sido uma surpresa, especialmente para o autor, o livrito ter vendido tão bem (eu ajudei!) e ter criado um seguimento de fãs tão grande. Ao ponto de um "maduro" ter criado um trailer para o "setting", se este tivesse sido um filme. Para vossa visão e apreciação...
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